A raiva é uma zoonose viral, que se caracteriza como uma encefalite progressiva aguda e letal. Todos os mamíferos são suscetíveis ao vírus da raiva e, portanto, podem transmiti-la. A doença apresenta dois principais ciclos de transmissão: urbano e silvestre, sendo o urbano passível de eliminação, por se dispor de medidas eficientes de prevenção, tanto em relação ao ser humano, quanto à fonte de infecção.
Seu agente etiológico é o vírus do gênero Lyssavirus, família Rhabdoviridae, que pode infectar todos os mamíferos. A transmissão da raiva se dá pela penetração do vírus contido na saliva do animal infectado, principalmente pela mordedura, arranhadura, lambedura de mucosas. O vírus penetra no organismo, multiplica-se no ponto de inoculação, atinge o sistema nervoso periférico e, posteriormente, o sistema nervoso central. A partir daí, dissemina-se para vários órgãos e glândulas salivares, onde também se replica e é eliminado pela saliva das pessoas ou animais doentes.
O período de incubação é extremamente variável, desde dias até anos, com uma média de 45 dias, no homem, e de 10 dias a 2 meses, no cão.
Podemos dividir a doença em ciclos de transmissão conforme os principais reservatórios da raiva encontrados no Brasil:
-Ciclo aéreo - que envolve os morcegos hematófagos e não hematófagos;
-Ciclo rural - representado pelos animais de produção;
-Ciclo urbano - relacionado aos cães e gatos;
-Ciclo silvestre terrestre - que engloba os saguis, cachorros do mato, raposas, guaxinim, macacos entre outros animais selvagens.
Prevenção
-Vacinar cães e gatos nas campanhas;
-Não se aproximar de cães e gatos sem donos, nem mexer ou tocar quando os mesmos estiverem se alimentando ou dormindo;
-Nunca tocar em morcegos ou outros animais silvestres diretamente, principalmente quando estiverem caídos no chão ou encontrados em situações não habituais.
Em caso de agressão animail
A assistência médica deve ser procurada o mais rápido possível após a agressão. Quanto ao ferimento, deve-se lavar abundantemente com água e sabão e aplicar algum produto antisséptico. O esquema de profilaxia da raiva humana deve ser prescrito pelo médico ou enfermeiro, que avaliará o caso indicando a aplicação de vacina e/ou soro.
Se possível, manter o animal (cão ou gato) em observação por 10 dias para verificar se o animal manifesta a doença ou não. Caso o animal adoeça nesse período, informar o serviço de saúde imediatamente. Além disso, é fundamental fornecer informações ao serviço de saúde quanto ao animal: se tem dono, endereço. Nunca se deve interromper o tratamento.