Por volta das 10h da manhã do dia 31/01, saiu às ruas o Bloco da Folia do Hospital Ulysses Pernambucano. Com muita animação, os pacientes e funcionários cantaram e dançaram ao som das músicas de Carnaval tocadas pelo trio de frevioca. Neste ano, o bloco fez uma homenagem aos “Amigos da Tamarineira”. Criado no ano passado por um grupo de pessoas da comunidade, o movimento defendia a continuação do Hospital Ulysses que corria o risco de ser fechado.

Segundo a terapeuta ocupacional e coordenadora do Centro de Atividades Terapêuticas, Elizabeth Rocha, o Centro sempre trabalha com o calendário cultural do estado. “O Carnaval traz um resgate da cultura do nosso povo, além da maioria dos pacientes curtirem muito”, disse. Ainda segundo a terapeuta, esse resgate cultural ajuda na organização mental dos pacientes, uma vez que a festa trabalha com a socialização de todos.

A animação contou com diversas atrações, entre elas, os bonecos gigantes, estandartes, frevioca, samba, frevo e maracatu. Havia também uma linda decoração de máscaras de madeira confeccionadas pelos próprios pacientes, além de fantasias antigas restauradas e diversos chapéus criados na oficina cultural do hospital. As camisas do bloco usadas pelos pacientes e funcionários tiveram uma estampa bastante criativa escolhida num concurso de gravuras feito com os pacientes. As demais gravuras que não foram escolhidas fizeram parte de uma exposição no hospital.

O evento contou com cerca de 60 pacientes do Ulysses, além da participação de outras clínicas, como a Clínica Santo Antônio de Pádua (com o bloco Carnaval da Alegria) e o Hospital Pediátrico Helena de Moura (com o bloco Pediatria em folia, fundado desde 1998). Familiares dos pacientes e várias pessoas que passavam pelas ruas se uniram aos foliões.

Um dos principais objetivos da festa é sensibilizar a comunidade para os direitos e respeito às diferenças. “O hospital vem realizando uma campanha para contemplar os princípios da reforma psiquiátrica, fazendo com que os pacientes vivam mais socialmente fora do hospital e com suas famílias”, disse a coordenadora Elizabeth Rocha.