A 20 milhas da costa brasileira, em um navio cargueiro de bandeira da Filipina, um homem de 50 anos sofre um Acidente Vascular Cerebral (AVC), ficando com o lado direito do seu corpo dormente e sem condições de se comunicar verbalmente, apesar de ainda consciente. Em vista desta situação, onde o tempo e a distância são fatores determinantes da vida, foi acionado o Resgate Aéreo do Samu (192), que em um semestre de atividades já contabiliza 108 socorros, 14 deles só no mês de dezembro.
A equipe de dois médicos, um piloto e um operador de equipamentos especiais partiu do hangar, às 9h25 da manhã de hoje, 18, chegando ao cargueiro em aproximadamente 15 minutos. “O navio conta com dois heliportos e a comunicação teve de ser feita em inglês. Examinamos o paciente, explicamos a situação à tripulação e o trouxemos para um hospital, para mais exames e observação”, conta Carlos Eduardo, coordenador do Resgate Aéreo do SAMU.
O AVC do filipino Teodorico Fernandez ocorreu no domingo, mas a ajuda só foi solicitada na segunda, 17, e dependia apenas da liberação por parte da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que fiscaliza os riscos de entrada de doenças através dos navios que atracam no país. O cargueiro filipino Capricorn Star navegava com um corpo de 25 tripulantes, em direção aos Estados Unidos, transportando óleo cru.
Socorro aeromédico - Um convênio firmado em agosto entre o Samu Metropolitano, coordenado pela Secretaria Estadual de Saúde, e a Polícia Rodoviário Federal (PRF) possibilitou o resgate de acidentados e doentes graves em locais distantes das grandes emergências com a utilização de helicóptero. O atendimento imediato ou a transferência rápida (alguns minutos) para uma unidade de saúde fez a diferença entre a vida e a morte em 108 operações realizadas até agora. O total de ocorrências desde agosto transformou o serviço no mais produtivo do País, superando o programa de resgate aeromédico de Santa Catarina, estado pioneiro da iniciativa.
Os equipamentos dispostos na unidade de resgate são próprios para atender os casos de alta complexidade, como um desfibrilador e respirador artificial, entre outros. A equipe que se reveza nos plantões conta com sete médicos, sete enfermeiros, sete operadores de equipamentos especiais e três pilotos – um profissional de cada especialidade por turno -, atuando sempre que a preservação da vida depende da luta contra o tempo. O serviço é regulado pela Central do SAMU Metropolitano, que duas vezes por dia realiza ronda pelas principais estradas do estado.