As doenças cardiovasculares são a principal causa de morte no Brasil. Em Pernambuco, em 2022, foram mais de 11,5 mil mortes relacionadas às enfermidades do coração, principalmente infarto agudo do miocárdio, hipertensão e insuficiência cardíaca, segundo dados da Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE). São diversos os fatores de risco para esse tipo de adoecimento, como diabetes, obesidade, hipertensão. Também é preciso ficar atento ao colesterol, que tem nesta quinta-feira (8/8) um dia nacional dedicado à prevenção e controle. Os hospitais metropolitanos Dom Helder Câmara (HDH) e Pelópidas Silveira (HPS) , ligados à rede estadual e que têm a cardiologia entre as especialidades médicas, reforçam a importância do cuidado com o colesterol para ter mais qualidade de vida.
O colesterol, um composto gorduroso, desempenha diversas funções no organismo, sendo importante na digestão, formação de membranas celulares e produção de hormônios e vitaminas. Há o colesterol bom (HDL), que evita a obstrução das artérias, levando a gordura em excesso para que seja metabolizada pelo fígado e descartada pelo corpo.
Já o colesterol ruim (LDL), em excesso, fica depositado na parede das artérias, formando placas que prejudicam o fluxo de sangue para órgãos essenciais. Isso pode levar a infarto e acidente vascular cerebral (AVC, popularmente chamado de derrame). De acordo com a última Pesquisa Nacional de Saúde (PNS/IBGE), em 2019, 14,6% das pessoas de 18 anos ou mais de idade (23,2 milhões) já tiveram diagnóstico médico de colesterol alto.
São diversos os fatores que aumentam a produção do colesterol ruim, como genética, alimentação rica em ultraprocessados e gorduras, sedentarismo, tabagismo e consumo de álcool em excesso. Até o envelhecimento é um fator de risco, por causa da mudança na produção de hormônios pelo organismo.
“É importante ter ciência de que a dislipidemia é um fator de risco cardiovascular, assim como a pressão alta e a diabetes, que está mais na memória do senso comum da população. Mas é importante entender que o colesterol alto é um fator de risco independente, assim como o sedentarismo e o tabagismo”, afirma o cardiologista Daniel Cavalcanti, que atua no Hospital Dom Helder.
Por isso, a mudança no estilo de vida é uma das principais formas de prevenção ao acúmulo do colesterol LDL e aumento da produção do colesterol bom. “Nossa recomendação é que as pessoas adotem um estilo de vida saudável, com alimentação adequada e prática regular de exercícios físicos. É importante evitar excessos alimentares, consumir menos doces, menos massas e evitar gorduras, óleos, manteiga e frituras. Além disso, é aconselhável balancear o consumo de carne vermelha com carne branca”, frisa Cavalcanti. Dependendo da gravidade, também pode ser indicada medicação ou até mesmo intervenção cirúrgica para desobstrução dos vasos sanguíneos.
A detecção do colesterol alto é feita por meio de exames laboratoriais. Importante destacar que, normalmente, não há sintomas que levem o indivíduo a suspeitar desse quadro. Em casos graves, contudo, pode ocorrer dor ou desconforto no peito, fadiga e falta de ar. Pele fria e palidez nos dedos podem ser sinais de comprometimento nas artérias.
“É necessário atenção ao estilo de vida, principalmente, mas também fazer o acompanhamento médico anual, principalmente acima dos 40 anos, e realizar o exame de sangue de rotina pelo menos uma vez por ano para monitorar as taxas sanguíneas e identificar se há ou não a doença. Caso seja diagnosticada, é essencial seguir o acompanhamento médico”, pontua o cardiologista Daniel Cavalcanti.
HOSPITAIS - O Hospital Metropolitano Sul Dom Helder Câmara (HDH), inaugurado em 1º de julho de 2010, está localizado no Km 28 da BR 101 Sul, no Cabo de Santo Agostinho. Oferece serviços de urgência e emergência 24 horas nas especialidades de clínica médica, cirurgia geral, traumato-ortopedia e cardiologia.
Já o Metropolitano Oeste Pelópidas Silveira (HPS), às margens da BR-232, no bairro do Curado, na zona Oeste do Recife, é o primeiro serviço com perfil exclusivo de neurocárdio do SUS no Brasil. Desde sua inauguração, em dezembro de 2011, só recebe pacientes regulados em sua emergência. As duas unidades integram a rede estadual de saúde e estão sob gestão da Fundação Gestão Hospitalar Martiniano Fernandes (FGH).