A Central de Transplantes de Pernambuco (CT-PE), em parceria com o Conselho Regional de Medicina de Pernambuco (Cremepe), promove mais um Curso de Capacitação no Diagnóstico de Morte Encefálica. A iniciativa é voltada para médicos com, no mínimo, 1 ano de experiência em cuidados de pacientes em coma. Haverá turma única com atividades nos dias 14/10 e 21/10, sempre das 14h às 18h, no Hospital da Restauração (HR), no Recife, maior emergência do Norte-Nordeste e uma das principais unidades captadoras de órgãos e tecidos do Estado. As inscrições, gratuitas, devem ser realizadas pelo https://cutt.ly/UgeTogy.
“A morte encefálica significa a morte efetiva do paciente, ou seja, o cérebro perdeu a capacidade de comandar as funções do corpo, como consequência de uma lesão conhecida e comprovada. Precisarmos trabalhar constantemente com o público para tirar as dúvidas e desmistificar o assunto. Também é necessário ter mais médicos capacitados nas nossas emergências para fazer esse diagnóstico com segurança, tanto para ele quanto para o paciente, além de aptos a manter as funções vitais do possível doador durante o processo para que a possibilidade da doação seja uma realidade", afirma a coordenadora da CT-PE, Noemy Gomes.
O diagnóstico de morte encefálica é norteado por resolução do Conselho Federal de Medicina (CFM), que foi modificada no final de 2017 e, entre as mudanças, passou a permitir que médicos de diversas especialidades, além de neurologistas, pudessem atestar o óbito. A resolução prevê, ainda, que os procedimentos para a determinação da morte encefálica devem ser iniciados em todos os pacientes que apresentem coma não perceptivo, ausência de reatividade supraespinhal e apneia persistente.
Para comprovar o óbito, são necessários dois exames clínicos, com intervalo de 6 horas entre eles e feitos por médicos diferentes e não participantes de equipes captadoras ou transplantadoras de órgãos, e um exame gráfico que vai mostrar que o cérebro não tem mais função.
Entre janeiro e agosto deste ano, 131 famílias de pacientes com morte encefálica foram entrevistadas por equipes das Organizações de Procura de Órgãos (OPO) ou das Comissões Intrahospitalares de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes (CIHDOTT). Dessas, 70 autorizaram a doação dos órgãos e tecidos de seu ente querido. As outras 58 não permitiram, ou seja, a negativa familiar neste ano está em 44%.