Nos últimos anos, a Central de Transplantes de Pernambuco (CT-PE) tem investido na formação de médicos sobre o diagnóstico de morte encefálica, quando o paciente pode se tornar um potencial doador de órgãos e tecidos. Agora em setembro, mês de conscientização sobre a doação, a CT-PE terá duas novas turmas, nos dias 10.09 e 11.09, do curso de capacitação, voltado exclusivamente para os profissionais médicos com, no mínimo, 1 ano de experiência com cuidados ao paciente em coma. As inscrições, gratuitas, já estão abertas e deve ser feitas por meio do link http://bit.ly/2L2ZHBV. Ainda é necessário preencher um termo de compromisso, disponível abaixo, assiná-lo e enviá-lo para o edu.ctpe@gmail.com.

Ao todo, estão sendo ofertadas 64 vagas, 32 para cada dia, numa parceria da CT-PE com o Conselho Regional de Medicina de Penambuco (Cremepe) e o Ministério da Saúde, por meio do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (PROADI-SUS). As atividades serão realizadas na Agência de Cursos e Pós-Graduações (Rua Joaquim Felipe, 101, Boa Vista – Recife-PE).

De acordo com resolução do Conselho Federal de Medicina (CFM), atualizada no final de 2017, o diagnóstico de morte encefálica deve ser iniciado em todos os pacientes que apresentem coma não perceptivo, ausência de reatividade supraespinhal e apneia persistente. Com o curso, o Estado objetiva padronizar esse tipo de diagnóstico, discutindo as principais questões relativas ao tema.

“A morte encefálica significa a morte efetiva do paciente. Temos protocolo específico que determina os procedimentos e exames que deverão ser desencadeados para que haja a confirmação desse óbito. Todo esse processo é baseado nas recomendações do Conselho Federal de Medicina e traz segurança tanto para o profissional médico quando para o paciente”, afirma a coordenadora da CT-PE, Noemy Gomes.

Em Pernambuco, de janeiro a julho, 109 famílias de pacientes em morte encefálica decidiram pela doação de órgãos. Outras 67 não deram a autorização.

O QUE É – A morte encefálica acontece quando o cérebro perde a capacidade de comandar as funções do corpo, como consequência de uma lesão conhecida e comprovada. Para que o diagnóstico seja fechado, são necessárias duas avaliações clínicas feitas por médicos diferentes não participantes de equipes de transplantes, com intervalo de tempo mínimo de seis horas. Também é exigido um exame gráfico que vai mostrar que o cérebro não tem mais função.

DADOS – De janeiro a julho deste ano, foram realizados 940 transplantes de órgãos e tecidos no Estado. Atualmente, 1,3 mil pacientes estão em fila de espera em Pernambuco.