Pernambuco continua se destacando no Brasil quando o assunto é transplantes. Nos procedimentos renais por milhão de habitantes (pmp), o Estado passou do 4º lugar, em 2017, para o 2º, ficando atrás apenas do Paraná. Nos últimos dois anos, o Estado registrou um aumento de 15% nos procedimentos, enquanto que o dado geral do país teve uma leve queda (- 0,15%). Os números foram divulgados, nesta terça-feira (13.03), véspera do Dia Mundial do Rim (14.03), pela Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO).
Em 2017, Pernambuco realizou 43,1 transplantes de rim por milhão de habitantes. Já em 2018 o número subiu para 49,4 pmp. Em números absolutos, foram 406 procedimentos em 2017, sendo 2 de rim-fígado; e 468 em 2018 (5 de rim-fígado), um aumento de 15,2%. O ano de 2018 também entrou para a história pernambucana como o de maior quantidade de transplantes desse órgão sólido.
No quantitativo geral do Brasil, os transplantes de rim tiveram uma leve queda de 0,15% (foram 5.932 em 2017 e 5.923 em 2018). Dos cinco primeiros do ranking, apenas Pernambuco e Paraná (+ 14,9) tiveram crescimento em relação a 2017 no quantitativo de procedimentos, enquanto os outros três (São Paulo Minas Gerais e Rio Grande do Sul) apresentaram queda.
“O aumento nos transplantes de rim em Pernambuco mostra que temos equipes captadoras e transplantadoras capacitadas e disponíveis sempre que surge um órgão para o procedimento. Também conseguimos organizar a logística para receber o órgão de outros Estados, o que amplia ainda mais a nossa capacidade. Além disso, continuamos o trabalho de conscientização dos profissionais de saúde para acolhimento dos familiares para que eles possam ter acesso às informações necessárias para decidir sobre esse ato de solidariedade que salva vidas”, afirma a coordenadora da Central de Transplantes de Pernambuco (CT-PE), Noemy Gomes. Ela ainda enfatiza que os profissionais das Organizações de Procura de Órgãos (OPOs) e Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes (CIHDOTTs) são indispensáveis nas atividades relacionadas ao processo de doação de órgãos e tecidos, na manutenção das funções do possível doador, além da identificação e a busca de soluções para as fragilidades do processo.
Em Pernambuco, o transplante de rim é feito pelos hospitais Português, das Clínicas e Imip. O Imip ainda realiza os procedimentos duplos de rim/fígado e rim/pâncreas. Já o Português faz rim/fígado. “O paciente com uma doença renal crônica tem, além do transplante, a hemodiálise como modalidade terapêutica, mantendo as funções vitais do organismo. Já no caso do coração e fígado, por exemplo, o transplante é a única alternativa para salvar o paciente”, ressalta Noemy. Atualmente, 868 pacientes aguardam por um rim e 9 por rim/pâncreas em Pernambuco.
DESTAQUE GERAL – A Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO) ainda divulgou que Pernambuco ficou em segundo lugar no Brasil no ranking de transplantes de órgãos sólidos por milhão de habitante, conseguindo a taxa de 69,2 pmp. Durante todo o ano de 2018, foram 652 procedimentos com órgãos sólidos (coração, fígado, rim e pâncreas), um aumento de 9,6% comparando com 2017 (595).
Em janeiro de 2019, foram realizados 48 transplantes de órgãos sólidos (5 de coração, 13 de fígado, 29 de rim e 1 de rim/pâncreas), um aumento de 17,1% comparando com o mesmo período de 2018 (41 procedimentos).