Entre 2005 e 2014, Pernambuco registrou, pelo Centro de Assistência Toxicológica de Pernambuco (Ceatox-PE), 109 acidentes com animais marinhos, sendo 20 em 2012, 15 em 2013 e 16 até o mês de agosto deste ano. Apesar do pequeno indicador, por causa da subnotificação das ocorrências, sabe-se que os casos podem provocar diversos males à saúde, inclusive a morte da vítima. 

“Atualmente, o sistema nacional de notificação de acidentes por animais peçonhentos não contempla os episódios envolvendo animais marinhos, o que restringe ações de vigilância, com as medidas se limitando ao tratamento de primeiros socorros”, afirma a coordenadora do Ceatox, Lucineide Porto.
 
Por isso, nesta sexta-feira (26/09), a partir das 15h, a equipe do Ceatox fez uma palestra na Colônia de Pescadores do bairro de Brasília Teimosa para tratar de prevenção e o que fazer quando houver acidentes.  
Participa também o médico Vidal Haddad Junior, especialista na área, consultor da Secretaria de Saúde do estado de São Paulo (acidentes por animais peçonhentos aquáticos) e Professor da Faculdade de Medicina da Universidade Estadual Paulista (Unesp). No sábado, a ação será em Tejucupaco.
 
“Os acidentes com animais marinhos são comuns tanto com banhistas como com pescadores, apesar de não existir um número real das ocorrências. Para os banhistas, a indicação é sempre evitar tocar nesses animais, que podem causar queimaduras ou ferroadas, por exemplo. Com os pescadores, é preciso fazer um trabalho de conscientização para o manuseio correto e se houver acidentes, o que deve ser feito”, diz Lucineide Porto. Segundo ela, em caso de acidente, a população pode ligar para o Ceatox (0800.722.6001), que poderá auxiliar com informações 24 horas por dia.
 
De acordo com os registros do Ceatox, as notificações foram, principalmente, por água-viva (41), niquim (24), arraia (12), peixe pedra (11) e bagre (10). “As vítimas reclamam, principalmente de dor e aparecimento de um edema no local. Contudo, uma espinhada por um bagre ou até mesmo por um ouriço, se os cuidados necessários não forem tomados, podem levar a uma amputação de membro, já que a área passa a ser uma porta de entrada para bactérias”, ressalta a coordenadora do Ceatox.
 
No caso da arraia, o ferrão pode ficar dentro do corpo da vítima, sendo necessária uma pequena cirurgia para a retirada. “O baiacu tem uma toxina em suas vísceras que não perde sua funcionalidade com o congelamento ou na cocção. Após ingerida por humanos, ela provoca problemas neurológicos, como convulsões e parada cardiorespiratória, o que pode levar a morte”, atesta Lucineide, lembrando de um caso de óbito de uma criança de 1 ano e 11 meses, no município de Goiana, em 2010.

Conteúdo Relacionado