A partir das 9h desta terça-feira (24.01), no Pátio do Livramento, no Recife, a Secretaria Estadual de Saúde (SES) ofertará ao público exames para detecção de hanseníase, doença que provoca, principalmente, alterações de sensibilidade na pele. A ação, alusiva ao Dia Mundial de Luta Contra a Hanseníase, lembrado no próximo domingo (29.01), é voltada para aqueles que apresentam algum sintoma da enfermidade, que, por ano, acomete mais de 2 mil pessoas em Pernambuco.
 
“A detecção precoce da hanseníase possibilita um tratamento mais rápido para o paciente e diminui as chances de desenvolver formas graves da doença e sequelas. O tratamento também evita que o paciente transmita, por via aérea, a enfermidade para outras pessoas”, afirma a gerente de Doenças Transmitidas por Micobactérias, Danyella Travassos.
 
 
Os casos positivos diagnosticados durante o mutirão serão encaminhados para os serviços de referência para o tratamento gratuito pelo SUS no município de origem. “Se não tratada precocemente, a doença pode causar incapacidades ou deformidades no corpo”, ressalta Danyella.
 
O mutirão de detecção precoce é uma parceria do Programas de Hanseníase do Estado e do Recife com a Sociedade Brasileira de Dermatologia e Movimentos Sociais (Mohan), que disponibilizará médicos para os exames.
 
DADOS – Em 2014, foram 2.536 casos novos de hanseníase na população geral, entre eles 261 em menores de 15 anos, atingindo 82,5% de cura. Em 2015, foram diagnosticados 2.362 casos novos, sendo 237 em menores de 15 anos, atingindo 78,1% de cura. Dados preliminares de 2016 apontam 1.630 casos novos na população geral, e 149 em menores de 15 anos, com 73,9% de cura (dados sujeitos a alteração).
 
DOENÇA – A hanseníase é uma doença infecciosa transmitida pela pessoa doente para uma sadia pelo contínuo contato. Ela é transmitida pelo bacilo M. leprae, bactéria que ataca o sistema nervoso periférico e provoca alterações de sensibilidade ao frio/calor, ao tato e à dor. A doença, que pode ficar encubada por um período de 5 a 10 anos, também pode evoluir para perda de força muscular das mãos, pés e olhos.
 
O tratamento é gratuito, padronizado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e pelo Ministério da Saúde (MS), e baseia-se na poliquimioterapia. É realizada nos postos de saúde, necessitando que o paciente compareça à unidade uma vez por mês para tomar a medicação (dose supervisionada). O restante dos remédios o paciente toma em casa.
 
Apenas os casos mais graves e com complicações deverão ser atendidos em unidades de referência. O Hospital Otávio de Freitas (HOF), no bairro de Tejipió, Zona Oeste do Recife, e o Hospital Geral da Mirueira, em Paulista, são referências secundárias estaduais no atendimento aos pacientes de hanseníase em Pernambuco.