Representantes da Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE) reuniram-se, nesta quinta-feira (10/11), com gestores municipais para a pactuação da estratégia para o avanço da campanha de vacinação contra a Covid-19 em Pernambuco. A partir de agora, está autorizada a vacinação de crianças de 6 meses a 2 anos com comorbidades. Ao todo, considerando a faixa etária, cerca de 330 mil crianças estão aptas a receber as doses da vacina no Estado.
A primeira remessa da Pfizer Baby, com 47 mil doses, chegou ao Aeroporto Internacional do Recife/Guararapes na tarde desta quinta e a SES-PE aguarda o envio da remessa para a sede do Programa Estadual de Imunizações (PEI-PE). A distribuição para os 184 municípios pernambucanos acontecerá já nesta sexta-feira (11/11). Para este público, a imunização deverá ser administrada em três doses, sendo as duas primeiras com intervalo de 21 dias (3 semanas), seguidas por uma terceira dose que deve ser administrada pelo menos 2 meses (8 semanas) após a segunda dose.
"Ao contrário do que indicou o Comitê Técnico Nacional de Assessoramento em Imunização (Cetai), que indicou a vacinação de todas as crianças nesta faixa etária, o Ministério da Saúde recomendou a imunização apenas dos pequenos com comorbidades. Mesmo assim, o quantitativo a ser recebido hoje por Pernambuco está abaixo do que é necessário para o Estado. Por isso, é primordial que os gestores realizem o monitoramento bem de perto dos seus estoques para evitar erros de administração dessas primeiras doses recebidas. Vale frisar que, até o momento, o Ministério ainda não sinalizou quando será a próxima entrega aos Estados", salienta a superintendente de Imunizações do Estado, Ana Catarina de Melo.
Entre as comorbidades elencadas pelo órgão federal para a vacinação estão: diabetes, hipertensão arterial e pulmonar, doenças cardiovasculares, doenças neurológicas crônicas, doença renal, imunocomprometidos, obesidade (IMC >40), síndrome de Down, hemoglobinopatias graves e cirrose hepática. Cada gestão municipal deve informar aos munícipes como a comprovação deve ser apresentada, como, por exemplo: cadastro em unidades de Atenção Básica, inserção em programas de acompanhamento, prescrições médicas ou relatórios médicos com o descritivo ou CID da doença.
DOSES DE REFORÇO - Diante do cenário de aumento da circulação viral em vários Estados do país, inclusive em Pernambuco, a Secretaria Estadual de Saúde já solicitou ao Ministério da Saúde um posicionamento oficial do órgão federal sobre a possibilidade de avanço na faixa etária contemplada com a 2ª dose de reforço (quarta dose). Atualmente, no Estado, estão autorizados a receber a segunda dose de reforço pessoas com mais de 40 anos. A SES-PE também requisitou avaliação do cenário para aplicação de uma quinta dose para a população com 80 anos e mais.
"O Comitê Técnico Estadual de Acompanhamento da Vacinação tem discutido constantemente a importância de se avançar na segunda dose de reforço em Pernambuco para a população entre 18 e 39 anos, assim como na aplicação de uma quinta dose para os idosos acima de 80 anos, mas não há estoque suficiente de doses que consiga atender a estes públicos e nem uma recomendação técnica por parte do próprio Ministério que contemple esta população. Por isso, já enviamos ofício solicitando avaliação do nosso pleito e, em caso positivo, o envio dos imunobiológicos para tal finalidade", explica Ana Catarina.
A Secretaria aproveita para frisar que não existe, até o momento, indicação para a quinta dose da vacinação contra a Covid-19 em nenhuma população específica no estado de Pernambuco. O único público que recebe uma quinta dose, chamada de dose adicional, são os pacientes imunossuprimidos graves. Estes realizam um esquema básico de quatro doses do imunizante mais esta dose adicional. Pessoas diagnosticadas com lúpus, convivendo com HIV/Aids, além de pacientes que tomam algum tipo de medicamento imunossupressor, são exemplos de imunossuprimidos graves.
CORONAVAC PARA CRIANÇAS - A Secretaria também reforçou com os gestores que todas as doses de vacina Coronavac destinadas para a faixa etária de 3 e 4 anos de idade, enviadas pelo governo federal, já foram distribuídas. A pasta ainda alertou que os municípios devem ficar atentos para o quantitativo recebido, guardando os insumos para garantir a correta administração das doses, uma vez que o recebimento de imunizantes da Coronavac para este grupo vem sofrendo descontinuidade na entrega de remessas pelo governo federal desde o primeiro semestre deste ano.
Para se ter ideia, o Programa Estadual de Imunizações solicitou ao Ministério da Saúde, ainda no mês de julho, 100 mil doses de Coronavac. Em setembro, foram recebidas apenas 43 mil doses - quantitativo insuficiente para a necessidade dos municípios. Um novo pedido para aquisição de mais 40 mil doses foi realizado em outubro, mas ainda não houve retorno do órgão federal quanto à previsão de novas distribuições.
IMPORTÂNCIA DOS CUIDADOS - Durante reunião com os gestores municipais nesta quinta-feira, o secretário André Longo alertou que o aumento da positividade da Covid-19 em Pernambuco nas últimas semanas, reforça a importância da manutenção dos cuidados para evitar a transmissão da doença. “O cenário epidemiológico que estamos vivenciando nas últimas três semanas tem demonstrado uma alta na circulação viral e nas taxas de positividade para casos da Covid-19, tanto nas análises de amostras do tipo RT-PCR feitas pelo Laboratório Central de Saúde Pública “Dr. Milton Bezerra Sobral” (Lacen-PE) quanto pelos testes rápidos de antígeno realizados nos centros de testagem para Covid-19. É provável que estejamos com a circulação da subvariante BQ.1 em nosso território. Por isso, neste momento, é fundamental reforçar os cuidados contra a doença, como o uso de máscaras, o distanciamento social e a correta higienização das mãos", ressalta o secretário estadual de Saúde, André Longo.
O secretário também destacou a importância da testagem e a vacinação contra a doença. “O Estado tem abastecido os municípios com testes rápidos de antígeno constantemente. Os gestores municipais devem, neste momento, ampliar a capacidade de testagem nos territórios, abrindo ou reativando serviços de testagem. Além disso, frente ao aumento de casos, precisamos fortalecer as estratégias de vacinação nesses territórios diante da fragilidade de cobertura vacinal para 2ª dose de reforço nos grupos mais vulneráveis, ocasionando bolsões de pessoas mais suscetíveis ao adoecimento”, finaliza.