Apresentar as diretrizes do programa Útero é Vida, os novos arranjos para execução da fase de ampliação do programa e promover uma discussão abrangente e reflexiva sobre a participação das áreas estratégicas da Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE) no processo de implementação e execução do plano. Esse foi o objetivo da Oficina de Planejamento do Programa Útero é Vida, uma parceria entre o Governo do Estado de Pernambuco e a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), para prevenir e tratar o câncer de colo do útero. O encontro aconteceu nesta quinta-feira (13/07), no auditório da SES-PE.
O evento visou a pactuação de agendas entre as Secretarias Executivas, suas respectivas gerências e diretoria da SES-PE e o grupo de assessoria do Programa Útero é Vida e teve a finalidade de construir um plano operativo a partir do modelo proposto e discutir sobre as necessidades e estratégias de execução do programa. “Poder seguir com esse projeto é enfatizar que estamos atentos, como SUS, em nunca negligenciar as políticas públicas. Espero que no futuro, daqui há uns 3 anos, possamos dizer que esse trabalho, feito com tantas mãos, fez a diferença na vida de muitas mulheres e reduziu os dados alarmantes do câncer de colo do útero no Estado, que apontam um óbito de mulher, por dia, devido complicações da doença”, destacou a secretária estadual de Saúde, Zilda Cavalcanti.
Unir os esforços e trabalhar junto. Essa é a premissa do Programa Útero é Vida, que conta com a coordenação técnica da ginecologista Letícia Katz e Jurema Telles, coordenadora do TC 106 OPAS/OMS/SES-PE. “Ninguém trabalha só. Estamos aqui para juntar esforços, enriquecer e fortalecer, com dados práticos, a linha da intervenção à saúde e a jornada da mulher. Queremos junto, ir a campo para fazer diagnóstico, exames e encontrar as pessoas com útero que precisam de prevenção”, aponta Jurema.
Na ocasião, foi lançada a proposta de plano operativo, uma plataforma colaborativa para que as gerências e diretorias possam participar elencando suas principais contribuições para o programa. “Precisamos de todos juntos. As metas são desafiadoras, mas sabemos que é possível alcançá-las. Vamos ampliar a efetividade do cuidado e qualificar o modelo de atenção à saúde local na jornada da saúde da mulher, principalmente no que diz à prevenção e rastreio do câncer de colo de útero”, destacou Letícia Katz.
Com a participação de especialistas estaduais e nacionais de áreas diversas da saúde, a oficina também contou com a participação da consultora de câncer da OPAS, Larissa Veríssimo, que reiterou o compromisso da organização com o Programa Útero é Vida. “Temos o compromisso junto ao Estado de Pernambuco e agora com o Ministério da Saúde. E esse é um grande motivo para unirmos todos os esforços para que esse programa seja de excelência não só para PE, mas para o Brasil e América Latina.”
Além da Cooperação Técnica com a OPAS, o Programa Útero é Vida conta com a colaboração e participação de instituições internacionais como a Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (IARC), e nacionais como a Fiocruz – Ceará/ FIOTEC, Instituto Ageu Magalhães (Fiocruz Pernambuco), Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (IMIP), Hospital de Câncer de Pernambuco, Universidade Federal de Pernambuco, Hospital de Amor de Barretos e Instituto do Câncer do Estado de São Paulo.
Sobre o câncer de colo de útero - O câncer do colo do útero é o quarto tipo mais comum entre as mulheres no mundo, causando 570 mil novos casos em 2018 e sendo responsável por 311 mil mortes no mesmo ano. No Brasil, é o terceiro tipo de câncer mais frequente e é a quarta causa de morte por câncer entre as mulheres. O número de mortes ao ano em Pernambuco pelo CCU, aproxima-se a uma morte por dia, quase todas evitáveis e correspondeu ao triplo de mortes causadas por feminicídio no ano de 2019. Em 2020, ocorreram 323 mortes por CCU, e 84,2% foram diagnosticados em fase avançada, ou seja, estágios III e IV da doença (DATSUS) A estimativa anual de casos novos para Pernambuco no triênio 2023-2025 é de 770 casos (taxa bruta de 15,18) e destes, 170 serão diagnosticados na cidade de Recife (taxa bruta de 18,2) (INCA, 2022).