Enfrentar filas nos hospitais para conseguir uma autorização de procedimentos de alta complexidade. Esse era um ritual comum para pacientes que saiam dos ambulatórios com a solicitação de um exame mais especializado. Muitas vezes, esses pacientes tinham que se deslocar de municípios distantes para o Recife no intuito de conseguir essa autorização. Visando dar um basta nesse desconforto para os usuários do SUS, o departamento de informática da Secretaria Estadual de Saúde criou um sistema informatizado de Autorização de Procedimentos de Alta complexidade (Apac), que pode ser acessado e autorizado em qualquer unidade hospitalar e secretarias municipais de saúde.

O novo sistema vai proporcionar maior conforto para os pacientes, pois cerca de 60% dos procedimentos são autorizados automaticamente nos próprios hospitais. Caso haja a necessidade de uma maior verificação do exame, ou se o mesmo for solicitado por um hospital privado, um grupo de médicos autorizadores lotado na SES fica encarregado de analisar a APAC, através do sistema, num prazo de 24h. Nesse caso, se o paciente obtiver a autorização, a unidade hospitalar pública que solicitou o exame terá acesso à informação via sistema e, caso disponibilize a realização desse procedimento, irá executá-lo. Caso o serviço não exista no hospital, o paciente será encaminhado para uma clínica conveniada ao SUS especializada na realização do exame.

“Esse sistema vai trazer benefícios para os pacientes, muitos em situação crítica, que não precisarão mais se deslocar para receberem a autorização”, disse o secretário executivo de Gestão e Vigilância em Saúde, Cláudio Duarte. Ele também ressaltou a importância da informação descentralizada, uma vez que “vai permitir um melhor gerenciamento dos recursos”. Mensalmente, as APACs movimentam aproximadamente 6 milhões. Hemodiálise, cateterismo, ressonância magnética, tomografia computadorizada, radioterapia, quimioterapia, medicina nuclear e hemodinâmica são alguns dos procedimentos considerados de alta complexidade.

Desde o final de novembro, quando o sistema começou a ser implantado, cerca de 150 funcionários foram capacitados para manuseá-lo. Desenvolvido na linguagem ASP, o programa é muito simples, uma vez que a capacitação durou cerca de 30 minutos. Ainda esta semana os municípios vão poder ter acesso ao novo modelo informatizado, pois os usuários do sistema vão assistir a uma vídeo-aula ensinando como funciona o processo.

O banco de dados consegue integrar informações da APAC, da Central de Regulação, do Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES) e do cartão SUS. Através dessas informações em tempo real, o sistema vai permitir, por exemplo, um maior gerenciamento da quantidade de procedimentos requisitados e autorizados, além da possibilidade de criar um histórico do paciente.