Buscando sensibilizar os profissionais de saúde sobre a eficácia do dispositivo intraurerino (DIU) como método contraceptivo, a Secretaria de Saúde de Pernambuco (SES-PE) realiza, nesta quinta-feira (10/12), às 14h, mais uma capacitação sobre a inserção do DIU de cobre. Transmitido pela internet em parceria com o Núcleo de Telessaúde da Secretaria e organizado pela Gerência de Atenção à Saúde da Mulher, a webpalestra abordará o tema "DIU de intervalo e DIU pós-parto: aplicabilidades práticas". Os interessados podem acessar o evento pelo link: conferenciaweb.rnp.br/webconf/teleducacao-ses-pe. O método contraceptivo, voltado para o público feminino, é disponibilizado gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e seu uso é de longa duração.
Com o trabalho permanente de conscientização das pacientes e capacitação dos profissionais de saúde, o número de inserções do dispositivo, entre 2015 e 2019, cresceu mais de 1.000% no Estado, saltando de 519 inserções em 2015 para 6.190 procedimentos no ano de 2019. Ao longo dos cinco anos, mais de 13,6 mil pacientes foram beneficiadas. "Nos últimos anos, buscamos sensibilizar os profissionais e gestores da área da saúde de todo o Estado sobre a efetividade do DIU, um método contraceptivo que apresenta taxas de falhas baixas. Nosso objetivo é treinar os profissionais, principalmente os da atenção primária, para que a inserção do DIU possa ser feita nos serviços de menor complexidade, como os postos do Programa de Saúde da Família e as policlínicas. Dessa forma, a mulher que quiser colocar o DIU não precisará se deslocar para um hospital de grande porte para passar pelo procedimento de inserção", explica o ginecologista e obstetra Arlon Silveira, coordenador do serviço de ginecologia do Hospital Agamenon Magalhães (HAM) e webpalestrante à frente do evento desta quinta.
O dispositivo de longa duração, com duração média de 10 anos, não possui hormônio, é seguro e beneficia as mulheres que não desejam engravidar, pois o cobre liberado por ele interfere no número e no transporte de espermatozoides, além de dificultar a movimentação do óvulo pela trompa, impedindo a fecundação. Com comprimento de 2 a 3 cm, o DIU é inserido no útero da mulher, e tem o potencial de eficácia de 99,3%. O dispositivo também pode ser utilizado por adolescentes e mulheres que não engravidaram (o chamado DIU de intervalo). Já o DIU pós-parto é inserido na mulher logo após o parto.
Em Pernambuco, realizam o procedimento para inserção do dispositivo intrauterino os hospitais Agamenon Magalhães, Barão de Lucena, Jaboatão Prazeres, Clínicas, Cisam, Imip e o Hospital da Mulher do Recife, além de serviços municipais, como maternidades e policlínicas, que fazem o procedimento de forma ambulatorial.
DIU HORMONAL - Como alternativa aos procedimentos de histerectomia (remoção de parte ou totalidade do útero) realizados no SUS, a SES-PE também passa a ofertar na rede estadual o sistema intrauterino (SIU) de levonorgestrel, mais conhecido como DIU hormonal. Ao contrário do DIU de cobre, usado principalmente como método contraceptivo, o DIU hormonal é indicado para pacientes diagnosticadas com endometriose, dor pélvica crônica, tumores uterinos, sangramento uterino anormal, além de mulheres que convivem com alguma cardiopatia grave.
O sistema intrauterino de levonorgestrel, além de ser um método contraceptivo com cerca de 99% de eficácia, é um dispositivo de longa duração (dura, em média, de 5 anos) que beneficia as mulheres com patologias uterinas. Com poucos centímetros de comprimento e em formato de ‘T’, o DIU hormonal possui 52mg do hormônio levonorgestrel e libera, inicialmente, 20 mcg/24 horas da substância no útero. Dessa forma, impede a gravidez e atua no alívio dos sintomas de diversas doenças. A inserção é feita no próprio consultório, sem necessidade, na grande parte dos casos, de anestesia.
Inicialmente, a inserção está restrita ao ambulatório especializado do Hospital Agamenon Magalhães (HAM), absorvendo, neste primeiro momento, a demanda das pacientes acompanhadas no próprio serviço. Até o momento, cerca de 70 mulheres tratadas no hospital que preenchem os critérios para inserção do DIU hormonal estão cadastradas para a inserção do dispositivo entre dezembro deste ano e janeiro de 2021. A proposta é expandir, ao longo dos próximos meses, a iniciativa para serviços localizados nas demais macrorregiões de Saúde.