O que é: 

 

Doença transmissível aguda, toxi-infecciosa, imunoprevenível, causada pela bactéria Corynebacterium diphtheriae, bacilo gram-positivo, que frequentemente se aloja nas amígdalas, faringe, laringe, nariz e, ocasionalmente, em outras mucosas e na pele. Sua transmissão se dá pelo contato direto de pessoa doente ou portadores com pessoa suscetível, através de gotículas de secreção respiratória, eliminadas por tosse, espirro ou ao falar e, em casos raros, pode ocorrer a contaminação por objetos de uso pessoal contaminados.

 

A difteria ocorre durante todos os períodos do ano e pode afetar todas as pessoas não imunizadas, de qualquer idade, raça ou sexo. Observa-se um aumento de sua incidência nos meses frios, devido, principalmente, à aglomeração em ambientes fechados, que facilitam a transmissão do bacilo.

 

Sinais e Sintomas

A presença de placas acizentadas, duras, semelhantes a uma pele e aderentes, que se instalam nas amígdalas e invadem estruturas vizinhas, é a manifestação clínica típica. Essas placas podem se localizar na faringe, laringe e fossas nasais, sendo menos frequentemente observadas na conjuntiva, pele, conduto auditivo, vulva, pênis (pós-circuncisão) e cordão umbilical.

 

Clinicamente, a doença manifesta-se por comprometimento do estado geral do paciente, que pode apresentar-se prostrado e pálido. A dor de garganta é discreta, independentemente da localização ou quantidade de placas existentes, e a febre normalmente não é muito elevada, variando entre 37,5ºC a 38,5°C, embora temperaturas mais altas não afastem o diagnóstico.

 

Nos casos mais graves, há intenso edema do pescoço, com grande aumento dos gânglios linfáticos dessa área (pescoço taurino) e edema periganglionar nas cadeias cervicais e submandibulares. Dependendo do tamanho e localização da placa pseudomembranosa, pode ocorrer asfixia mecânica aguda no paciente, o que muitas vezes exige imediata traqueostomia para evitar a morte.

 

Medidas de Prevenção e Controle

 

A vacinação é a medida de controle mais importante da difteria. A imunidade também pode ser naturalmente adquirida através da via transplacentária, protegendo o bebê nos primeiros meses de vida, ou por meio de infecções inaparentes atípicas, que conferem imunidade em diferentes graus, dependendo da exposição dos indivíduos. A proteção conferida pelo soro antidiftérico (SAD) é temporária e de curta duração (em média, 2 semanas). A doença normalmente não confere imunidade permanente, devendo o doente continuar seu esquema de vacinação após a alta hospitalar. O emprego sistemático dessa vacina, com altas coberturas vacinais ao longo do tempo, além de diminuir a incidência de casos clínicos, determina importante redução do número de portadores, induzindo a chamada “imunidade coletiva”.

 

Desta forma, ações de educação em saúde são de extrema relevância, uma vez que as pessoas devem ser informadas quanto à importância da vacinação como medida de prevenção e controle da difteria. 

 

As complicações podem ocorrer desde o início da doença até, na maioria dos casos, a 6ª ou 8ª semana, quando os sintomas iniciais já desapareceram. Seu estabelecimento pode estar relacionado com a localização e a extensão da membrana; a quantidade de toxina absorvida; a imunidade do paciente; a demora no diagnóstico e no início do tratamento. As principais complicações da difteria são miocardite, neurite e distúrbios renais.