Uma pequena coleta de sangue e alguns dados anotados em uma ficha. Atitudes que não gastam mais do que 20 minutos e podem representar uma chance de vida nova para 900 pessoas espalhadas por todo Brasil que aguardam uma medula compatível para transplante. Um total de 353 pessoas entenderam a importância desses gestos e se cadastraram voluntariamente no Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (REDOME) durante a ação de mobilização realizada no Hospital Getúlio Vargas, pela Comissão Intrahospitalar do HGV, na última segunda e terça-feira .
Durante os dois dias, profissionais da Comissão Intrahospitalar de Transplantes do HGV e da Central de Transplantes de Pernambuco sensibilizaram funcionários, acompanhantes e visitantes de uma das maiores emergências da rede estadual para importância de se inscreverem no REDOME. Os voluntários preencheram um cadastro com seus dados completos e endereço e coletaram uma pequena amostra de sangue (4 ml) para um teste que identifica a tipagem genética. Os dados, juntamente com o resultado da tipagem, serão encaminhados ao banco de dados nacional do REDOME, no Rio de Janeiro. A estudante de enfermagem Rosemary Morais é uma das novas voluntárias do Registro.
"Eu tinha medo de me cadastrar achando que era necessária alguma coleta na medula. Hoje vi como é simples ajudar tanta gente que está precisando", relata. Nesse banco de dados ficam registradas as pessoas interessadas em ser doadoras de medula. "Sempre que houver um paciente necessitando do transplante e que não tenha sido encontrado um doador compatível na família, os médicos podem consultar o Redome", esclarece Jaqueline Diniz, coordenadora da Comissão Intrahospitalar do Getúlio Vargas. Realiza-se a busca e, encontrando alguém compatível, o doador será convocado. Outros testes sanguíneos serão necessários e, se a compatibilidade for confirmada, o doador será consultado para decidir a doação.
Em 2007, houve 153 transplantes de medula em Pernambuco. Atualmente mais de 80 pessoas ainda aguardam, no Estado, por uma medula compatível. O transplante de medula óssea, muitas vezes, é a única alternativa para quem tem doenças que comprometem a produção do sangue pela medula, como leucemias e aplasias medulares. A Medula Óssea é um tecido gorduroso que se localiza na parte interna dos ossos. É a medula óssea que contém as células-mãe que dão origem aos glóbulos vermelhos, plaquetas e glóbulos brancos que são responsáveis pela defesa do nosso organismo.
Doação pode ser realizada na sede da Central de Transplantes
Mesmo após a mobilização realizada no Hospital Getúlio Vargas, os interessados em fazer parte do REDOME podem procurar a sede da Central de Transplantes de Pernambuco, no prédio do IRH, no Derby, para se inscreverem.
Podem se cadastrar pessoas entre 18 e 55 anos de idade e que estejam em boas condições de saúde. Se houver compatibilidade, o doador será avaliado clinicamente para certificar seu bom estado de saúde e se, de fato, ele pode ser doador de medula. O médico vai colocar então a melhor forma de doação para o paciente. O doador irá doar a medula no centro de transplante mais próximo de sua casa, e a medula vai congelada até o paciente. Não existe nenhum custo para o doador; tudo é pago pelo Ministério da Saúde, pelo SUS. "Após o cadastro, o nome do voluntário permanece no REDOME até ele completar 55 anos", esclarece Jaqueline Diniz.
É importante que o doador de medula óssea mantenha seu cadastro atualizado sempre que possível. Para maiores informações basta ligar para a Central nos telefones: 0800-2812185 ou 3423.2357 ou 3421.1311.