Atualmente, o Sistema Único de Saúde (SUS) é responsável pelo atendimento de mais de 7,5 milhões de pernambucanos, garantindo, desde a vacinação, até a realização de cirurgias para transplantes de órgãos. Por essa dimensão, Pernambuco, assim como todos os estados brasileiros, sofre com desafios comuns aos sistemas de saúde de todo o mundo, como a necessidade crescente de mão de obra especializada, a má distribuição de profissionais de saúde e a mudança no perfil da população mundial, em processo de envelhecimento.

Esses desafios estarão em destaque durante o 3° Fórum Global de Recursos Humanos para a Saúde, que será realizado de 10 a 13 de novembro, no Centro de Convenções, em Olinda. Pela primeira vez em um país da America Latina, o encontro reunirá ministros da Saúde de 35 países, representantes de entidades profissionais, gestores estaduais, sociedade civil e instituições de ensino de todo o mundo. A abertura do evento, que ocorreu na noite desse domingo (10/11), contou com o secretário estadual de Saúde, Antonio Carlos Figueira.

"O tema que vamos debater esses dias é um assunto presente em todas as regiões do mundo e um desafio em qualquer sistema de saúde do planeta: a questão da força de trabalho em saúde. Esse não é só um fórum científico, mas um fórum político, no qual, os gestores dos principais sistemas de saúde do mundo estarão discutindo questões e desafios comuns, como a provisão de profissionais de saúde para áreas remotas e a cobertura universal da saúde diante do envelhecimento da população e dos novos perfis de agravos, como os acidentes de trânsito e a violência”, explica o secretário estadual de Saúde, Antonio Carlos Figueira.

Promovido pela Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), em parceria com a Secretaria Estadual de Saúde (SES) e Ministério da Saúde, o encontro traz, ao Estado, o tema Bases para a cobertura universal em Saúde e a agenda de desenvolvimento pós-2015. O evento pretende reunir mais de 1,5 mil pessoas e contará com uma série de mesas-redondas, debates e visitas de campo à serviços de saúde da região, como o Samu – Recife, o Imip, o Aggeu Magalhaes, o Hemope e algumas Unidades de Saúde da Família (USF).

As principais palestras e debates serão realizadas no Centro de Convenções, em Olinda. Entre os destaques, debates sobre a relação entre produção dos profissionais de saúde e as necessidades e expectativas da população e o equilíbrio de regular a migração de recursos humanos para a Saúde. Em paralelo, com o evento principal, a partir do dia 09 de novembro, o Hotel Atlante Plaza, em Boa Viagem, recebe os Side Events, encontros de menor porte, que antecedem as atividades principais.

Fórum - Em 2006 foi criada a Global Health Workforce Alliance (GHWA) com o objetivo de liderar a crise global dos Recursos Humanos em Saúde e com a responsabilidade de convocar regularmente um Fórum Global de Recursos Humanos em Saúde. Assim, ocorreu em Uganda o I Fórum Global de Recursos Humanos em Saúde, em 2008, firmando os RHS na agenda política global identificando, ainda, uma agenda estruturante de ação global (Declaração de Kampala e Agenda para Ação Global).  Em 2011, o II Fórum Global de Recursos Humanos em Saúde, na Tailândia, revisou o progresso e destacou diversos vácuos de ação ainda existentes na efetiva construção da excelência de RHS.

EXPERIÊNCIAS DE PE - No Fórum, a SES leva algumas experiências bem-sucedidas já aplicadas no Estado. “Estamos apresentando o FormaSUS, o programa de residência em saúde, a Escola de Governo em Saúde e a avaliação de desempenho, que gratifica os profissionais por mérito”, diz Cinthia Alves, secretária-executiva de Gestão de Pessoas e Educação em Saúde.

Segundo ela, no primeiro e no segundo dia de evento, os desafios são comuns às 87 delegações de países representados no fórum. “Todos temos a necessidade de planejar melhor a formação de recursos humanos para os sistemas universais, de os estados regularem de uma forma mais eficiente a formação, visando os novas necessidades, como a população idosa com doenças crônicas, os traumas, e também fortalecer a atenção primária”, diz.