Ao sofrer um grande acidente ou ser vítima de uma grave violência, os pacientes das regiões do Sertão Central, Araripe e São Francisco precisavam ser transferidos para uma emergência de Caruaru ou do Recife para poder ter o tratamento necessário. A distância percorrida e o tempo gasto para chegar a um centro médico mais próximo muitas vezes deixavam a vida do paciente no meio do caminho. A carência de serviços especializados nessas regiões, com suporte de UTI, passou a ser suprida com a inauguração, nesta terça-feira (22/09), do Hospital Geral de Trauma de Petrolina, construído e custeado através de uma parceria entre os governos Federal, Estadual e Municipal.

Especializado em traumatologia e atendendo aos casos de alta e média complexidade, o hospital foi montado com um custo total de R$ 34 milhões, sendo R$ 20 milhões em obras e o restante em equipamentos, entre eles um arco-cirúrgico de última geração. O Governo Federal contribuiu com R$ 29 milhões, com contrapartida de 3,4 milhões da prefeitura da cidade e R$ 1,6 milhão do Governo do Estado. Por mês, a unidade terá um custo inicial de R$ 840 mil (a expectativa e ampliar o atendimento, chegando a produzir R$ 2,1 milhões em serviços), com recursos do SUS, e terá capacidade para atender cerca de 500 pessoas por dia.

Em sua estrutura, O Hospital Geral de Trauma possui bloco cirúrgico (seis salas), emergência, central de reabilitação física (fisioterapia, hidroterapia), centro de imagem e UTI. Contará com 196 leitos, sendo 154 para internamento, 30 de Terapia Intensiva e 12 de observação. O quadro de funcionários será composto por 499 pessoas e os médicos serão da especialidade de neurocirurgia, clínica médica e traumato-ortopedia. Construída dentro de um projeto moderno, a unidade será a primeira da rede pública a ter um heliponto.

"A unidade será referência para 25 municípios das regionais de Ouricuri, Salgueiro e Petrolina, além de receber pacientes de Juazeiro, Paulo Afonso e Senhor do Bonfim, na Bahia. Mas é importante alertar à população que este hospital é para os pacientes graves e encaminhados pelo Samu ou pelas unidades de pronto-atendimento (UPAs). Para reforçar a estrutura de baixa complexidade, estamos inaugurando, em breve, duas UPAs", explicou a secretária de Saúde do município, Graça Carvalho. Segundo ela, o hospital está abrindo seus setores paulatinamente e precisará de algumas semanas para entrar em pleno funcionamento.

Dom Malan - A inauguração da unidade vem acompanhada de uma reestruturação da rede de saúde de Petrolina. O hospital municipal Dom Malan deixará de atender os casos de trauma para ter um perfil materno-infantil. Para isso, foi firmado um termo de cooperação entre a prefeitura e o Imip, que passou a gerenciar o Dom Malan.