Durante esta primeira semana de abril, entre os dias 4 e 11, quando são lembrados o Dia Nacional do Parkinsoniano (04/04) e o Dia Mundial de Conscientização da Doença de Parkinson (11/04), respectivamente, o Hospital Pelópidas Silveira (HPS), no Recife, referência nas especialidades de Neurologia, Neurocirurgia e Cardiologia no SUS, lembra a importância do diagnóstico precoce da Doença de Parkinson, que é crônica, progressiva e degenerativa do sistema nervoso central.

Para reforçar o alerta sobre o que é a doença, sintomas iniciais, diagnóstico, tratamento e recomendações gerais que possam auxiliar pacientes e familiares a buscarem atendimento adequado, o HPS realizará, durante esta Semana de Conscientização, palestras educativas e rodas de conversa sobre a patologia. A médica neurologista do HPS, Miriam Carvalho, especialista em Doença de Parkinson e Distúrbios do Movimento, ressalta a necessidade da informação sobre o distúrbio neurológico, que atualmente, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), atinge cerca de 4 milhões de pessoas no mundo. No Brasil, a estimativa é de que 200 mil pessoas vivam com a enfermidade.

"Estamos falando de uma doença que não tem cura e, por isso, é necessário que as pessoas conheçam e saibam do que se trata. Uma das principais diferenciações que o público precisa saber, por exemplo, é que existem sintomas motores, que normalmente são os mais conhecidos, como lentidão, rigidez entre as articulações, tremores e desequilíbrio; mas também temos os sintomas não-motores, como diminuição do olfato, alterações intestinais e do sono", ressalta a médica neurologista do HPS, Miriam Carvalho. Segundo ela, entre as principais recomendações para uma vida mais saudável para quem já convive com a doença é manter a atividade intelectual e praticar atividade física regularmente, com o objetivo de preservar a qualidade dos movimentos.

A Doença de Parkinson é causada por uma diminuição intensa da produção de dopamina, que é um neurotransmissor, substância química que ajuda na transmissão de mensagens entre as células nervosas. Na falta dela, o controle motor do indivíduo é perdido, ocasionando sinais e sintomas característicos. Entre os principais sintomas estão a lentificação dos movimentos e os tremores, que costumam ser os primeiros sinais da doença. Outros sintomas podem estar associados ao início da doença, como rigidez muscular, distúrbios da fala, dificuldade para engolir, depressão, dores, tontura e distúrbios do sono, respiratórios e urinários.

A doença não tem cura, mas é tratável com medicações que repõem parcialmente a dopamina. Os medicamentos devem ser usados por toda a vida. A Farmácia de Pernambuco, responsável pela entrega de medicação de alto custo no Estado, fornece de forma gratuita os remédios para os pacientes cadastrados.

Para acessar os serviços especializados em neurologia, o paciente deve primeiro passar por atendimento no seu município de residência, onde o médico irá avaliar a necessidade da consulta. Por meio do sistema informatizado de regulação do Estado de Pernambuco, a Central de Marcação de Consultas e Exames (CMCE), os municípios devem inserir a solicitação e agendar junto aos serviços que são referência na rede.

SAIBA MAIS

O que é? Doença neurológica progressiva que ocorre devido a morte de neurônios produtores da substância dopamina no cérebro.

Quando suspeitar? Os sintomas que definem o Parkinson são lentidão, rigidez e tremores piores no repouso, mas há vários outros sintomas não motores que podem ocorrer como: alterações intestinais, alterações do comportamento, distúrbios do sono e dores. Pessoas jovens também podem desenvolver a doença e uma avaliação com um neurologista deve ser realizada.

Como prevenir? Há fatores genéticos e ambientais que influenciam no risco de desenvolver Parkinson. O papel da atividade física na prevenção da doença é muito bem estabelecido, assim como no tratamento daqueles que já desenvolveram sintomas. Outras formas de prevenção são: consumir alimentos saudáveis, sobretudo os ricos em flavonóides (contidos no feijão, na soja), menor exposição a poluentes ambientais, consumo de cafeína em moderada quantidade.

Como tratar? O tratamento se baseia na reposição da dopamina a partir de medicamentos como a levodopa. Outras medicações também podem ser utilizadas e são também disponibilizadas nas Farmácias do Estado. Além do tratamento medicamentoso, é fundamental o apoio interdisciplinar com fisioterapia, fonoaudiologia e terapia ocupacional. Hoje em dia, há ainda a possibilidade de cirurgia para alguns casos.