Na próxima segunda-feira (14/12), o Estado de Pernambuco estará mobilizado para ampliar o número de pessoas cadastradas no Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (Redome). Esse cadastro é essencial para que os hemocentros do país possam encontrar doadores compatíveis com os pacientes que estão à espera do transplante para ter uma melhor qualidade de vida. A ação, que marca o início da Semana Nacional de Incentivo à Doação de Medula Óssea no País, será realizada das 8h às 16h, no Palácio do Campo das Princesas, sede do Governo Estadual, por meio de parceria entre a Fundação Hemope e Secretaria Estadual de Saúde (SES), com apoio do Instituto Nacional do Câncer (INCA). Estarão presentes o Governador Paulo Câmara; o Prefeito do Recife, Geraldo Júlio; o secretário estadual de Saúde, Iran Costa; e o ex-deputado federal pelo Rio Grande do Sul e candidato a vice-presidente pelo PSB nas últimas eleições, Beto Albuquerque (PSB-RS) - autor da lei que instituiu a Semana Nacional.
A expectativa é que, durante todo o dia, mais de 500 novos cadastros sejam realizados. Para se cadastrar, é preciso ter entre 18 e 55 anos e levar RG e CPF. Além de uma palestra informativa sobre a doação de medula óssea, será feita a coleta de uma amostra de sangue do possível doador para os testes de compatibilidade. Uma vez no banco de dados, o possível doador pode ajudar alguém em qualquer lugar do Brasil e também do mundo. Atualmente, o cadastro nacional soma mais de 3,8 milhões de doadores cadastrados. Em Pernambuco, o número é de 102 mil pessoas. Em quinze anos (de 2000 a outubro de 2015), 26 pessoas foram identificadas como compatíveis no Estado de Pernambuco e efetivaram a sua doação para o banco nacional.
“É importante lembrar que quem se cadastra no Redome se coloca à disposição para doar para qualquer receptor de medula inscrito no Registro Nacional. Por isso, todas as pessoas que se cadastram precisam ter a certeza que, realmente, querem ser doadores, pois delas dependem todos os pacientes que não encontram um doador no ambiente familiar. E quando você é chamado e desiste de ser doador, vai estar, inevitavelmente, decretando a sentença de morte de um desses pacientes”, ressalta o secretário estadual de Saúde, Iran Costa. No Estado, 35 pessoas aguardam por um transplante de medula óssea. No País, a espera alcança 1.288.
TRANSPLANTES - Pernambuco é o segundo estado do Brasil em número de transplantes de medula óssea, atrás apenas de São Paulo. De 2011 a 2015, foram realizados 864 transplantes envolvendo as três modalidades existentes: autólogo – tratamento com a própria medula; alogênico não aparentado – quando recebe de um não parente (Redome) e alogênico aparentado – quando recebe de um parente. Atualmente, a probabilidade de encontrar um doador de medula óssea entre os familiares, como pais e irmãos, é de 25%.
CAMPANHA - Lembrada pela primeira vez em 2009, a Semana Nacional de Incentivo à Doação de Medula Óssea foi instituída pela Lei nº 11.930/2009, de autoria do então deputado federal Beto Albuquerque. A Lei, conhecida como Lei Pietro, é uma homenagem ao filho de Albuquerque, que faleceu vítima de leucemia mieloide aguda (LMA) naquele ano, após 13 meses de luta contra a doença.
PARA SER UM DOADOR:
- Qualquer pessoa entre 18 e 55 anos com boa saúde;
- Os candidatos à doação assistem a palestras e vídeos educativos, depois assinam um termo de consentimento para doar. Todas as dúvidas deverão ser esclarecidas antes da assinatura;
- Assinar o termo de consentimento significa que o doador concorda em dar prosseguimento ao processo e que tem a intenção de doar;
- Os doadores preenchem um formulário com dados pessoais e é coletada uma amostra de sangue para testes de histocompatibilidade (HLA). É indispensável levar um documento original com foto, ter o conhecimento do número do CPF e levar o CNS (Cartão Nacional de Saúde), se possuir.
COMO É O TRANSPLANTE ALOGÊNICO (DOADOR PARA RECEPTOR)?
- Antes da doação, o doador faz uma série de exames para confirmar o seu bom estado de saúde.
O TRANSPLANTE PODE SER:
- Punção direta: Em um procedimento, as células da medula óssea são retiradas do interior dos ossos da bacia, por meio de punções com agulhas. Os doadores retornam as suas atividades habituais em média de uma semana após a doação.
- Por Aférese: O doador recebe uma medicação que estimula a produção das células tronco e faz com que as células da medula óssea sejam levadas para a corrente sanguínea. Essas células são retiradas pelas veias do braço do doador, ou por um acesso venoso central com uso de uma máquina de aférese.