Desde 1997, a rede de saúde pública pernambucana realiza o teste do pezinho em recém-nascidos, preferencialmente, entre três e sete dias. Com o exame, é possível detectar se a criança apresenta doenças congênitas e, em caso positivo, realizar os procedimentos necessários para evitar o surgimento da doença. Todo esse quadro, da coleta do material para análise até o tratamento, será repassado a 36 profissionais de 16 municípios das I, II e III Gerências Regional de Saúde (Geres) durante o Treinamento do Teste do Pezinho. O evento ocorre de terça (16) até o sábado (20), sempre das 8h às 17h, no Hotel Canarius, em Recife.
O teste do pezinho faz parte do Programa de Triagem Neonatal, do Ministério da Saúde (MS). “O teste consiste na coleta de sangue do calcanhar do recém-nascido. O material de triagem é analisado no Laboratório Central de Pernambuco (Lacen-PE) e os portadores de resultados positivos são encaminhados ao serviço de referência, no Hospital da Restauração (HR), para o diagnóstico clínico, novos exames e, se preciso, o tratamento”, diz Pérola Ayres, coordenadora de Triagem Neonatal do Lacen e do HR.
Os municípios participantes são: Quipapá, Água Preta, Jaqueira, Joaquim Nabuco, Xexéu, São Benedito do Sul, Angelim, Paranatama, Machado, Aliança, Tupanatinga, Itamaracá, Araçoiaba, Paulista, Jupi e Recife.
TESTE – O exame, que atinge 64% das crianças nascidas na rede pública do Estado, consegue detectar três doenças. O hipotireoidismo e a fenilcetonúria são provocados por causa de enzimas deficitárias na tireóide e no fígado, respectivamente, e ambos podem ocasionar retardo mental. O primeiro é tratado com reposição de hormônio e o segundo a partir de uma dieta especial. O teste também pode detectar a anemia falciforme, uma deficiência nos glóbulos vermelhos que pode causar crises de dores, infecções, febre, retenção de sangue nos membros, olhos amarelados e úlceras nas pernas.
Segundo dados do MS, as doenças triadas no teste do pezinho são assintomáticas no período neonatal, mas há o risco de sequelas graves e irreversíveis no desenvolvimento das crianças, que só serão notados tardiamente.