A chegada do Natal é sempre esperada e principalmente planejada pelos médicos, enfermeiros e auxiliares de enfermagem do Setor de Pneumologia e Tisiologia do Hospital Otávio de Freitas, em Tejipió. Há dez anos, dando um exemplo de união e atenção ao próximo, eles marcam a comemoração com uma festa de confraternização e conseguem oferecer um Natal especial para os pacientes que não poderão comemorar a data
em casa. Os internos do Setor são, em sua grande maioria, doentes crônicos cujo tempo de permanência varia entre um e três meses.
Este ano, a festa terá duas datas: 14 e 27 de dezembro. No dia 14, a partir das 14h, haverá apresentação do Coral do Hospital Real Português e do Coral do Grupo Evangélico do HOF, além de uma homenagem ao profissional nota dez, eleito pelos pacientes que passam pelo Setor ao longo do ano. Também nesta data, pacientes irão ler mensagens de Natal escritas por eles e uma "Mamãe Noel" entregará presentes aos internos. No dia 27, às 15h, haverá uma missa. "Esse momento de fraternidade ajuda a auto-estima dos pacientes que estão há meses afastados de casa e faz bem para a saúde, não só deles como dos profissionais", ressalta Miriam Maria, auxiliar de enfermagem da Pneumologia e uma das organizadores do evento. As comemorações são organizadas pelos próprios funcionários que se unem na compra dos presentes, das comidas e na organização da festa.
O Hospital Otávio de Freitas é referência em Pneumologia e Tisiologia e tem sua origem nessas duas especialidades. O HOF começou a ser construído na administração do interventor Agamenom Magalhães e se chamava Sanatório do Sancho. Situado em uma área privilegiada pelo ar seco e fresco das montanhas, o contato direto com a natureza e longe da cidade, o lugar era ideal para o tratamento de pacientes com tuberculose e outras doenças respiratórias. Naquela época, muitos doentes, mesmo curados permaneciam por longos períodos no Sanatório do Sancho à espera dos familiares que, nem sempre, vinham buscá-los. Diante disso, foram criadas, dentro do Sanatório , olarias, carpintarias e escolas de costura e bordados para as mulheres , enfim, estruturas para que os doentes aprendessem alguma arte e pudessem sobreviver após a alta. O Sanatório dispunha até mesmo de escolas, com professoras contratadas pelo Estado, para as crianças internadas. Atualmente, o HOF dispõe de 117 vagas distribuídas entre os doentes da pneumologia e da tisiologia (tuberculose).