O que é:
A esquistossomose, conhecida popularmente no Brasil como “xistose”, “barriga d’água” e “doença do caramujo”, é uma doença parasitária, causada pelo platelminto (verme achatado) da classe trematóide, Schistosoma mansoni. O contato com águas contaminadas é o fator predisponente para a infecção. Ambientes de água doce, de pouca correnteza ou parada, utilizados para atividades profissionais ou de lazer, como banho, pesca, lavagem de roupa e louça ou plantio de culturas irrigadas, com a presença de caramujos infectados pelo S. mansoni, constituem os locais adequados para se adquirir a esquistossomose.
Os ovos do verme são eliminados junto com as fezes humanas de indivíduos infectados. Em contato com a água, os ovos eclodem e liberam larvas, denominadas miracídios, que infectam os caramujos, hospedeiros intermediários, que vivem nas águas doces. Após quatro semanas as larvas abandonam o caramujo na forma de cercárias e ficam livres nas águas naturais. O contato dos seres humanos com essas águas é a maneira pela qual é adquirida a doença. No Brasil, as espécies Biomphalaria glabrata, Biomphalaria straminea (únicas existentes em Pernambuco) e Biomphalaria tenagophila são as principais envolvidas na disseminação da esquistossomose. O homem é o hospedeiro definitivo e nele o parasita apresenta a forma adulta e se reproduz.
Sinais e sintomas:
Na fase aguda o indivíduo pode apresentar febre, dor na cabeça, calafrios, suores, fraqueza, falta de apetite, dor muscular, tosse e diarréia. Em alguns casos o fígado e o baço podem inflamar e aumentar de tamanho. Na forma crônica, a diarréia se torna mais constante, alternando-se com prisão de ventre, e pode aparecer sangue nas fezes. Além disso, o paciente pode sentir tonturas, dor na cabeça, sensação de plenitude gástrica, emagrecimento e endurecimento do fígado, com aumento do seu volume. Nos casos mais graves, da fase crônica, o estado geral do paciente piora bastante, com emagrecimento, fraqueza acentuada e aumento do volume do abdômen, conhecido popularmente como barriga d’água.
Como tratar:
Deve-se procurar a unidade de saúde mais próxima da residência do indivíduo. O tratamento para os casos simples é ambulatorial, com medicamentos de uso oral em dose única. Já os casos graves geralmente requerem internação hospitalar e, às vezes, tratamento cirúrgico.
Prevenção:
As ações de saneamento são de grande eficácia para as modificações de caráter permanente das condições de transmissão da doença. Dentre essas ações incluem-se:
- Instalações hidráulicas e sanitárias, aterros para eliminação de coleções hídricas que sejam criadouros de moluscos;
- Drenagens, limpeza e retificação de margens de córregos, canais e construções de pequenas pontes;
- Evitar qualquer contato da pele com águas onde não se tenha o conhecimento da ausência de caramujos.