O que é: 

 

O termo meningite expressa a ocorrência de um processo inflamatório das meninges, membranas que envolvem o cérebro. Esta doença pode ser causada por diversos agentes infecciosos, como bactérias, vírus e fungos, dentre outros, e agentes não infecciosos (ex.: traumatismo). As meningites de origem infecciosa, principalmente as causadas por bactérias e vírus, são as mais importantes do ponto de vista da saúde pública, pela magnitude de sua ocorrência e potencial de produzir surtos.

 

Este agravo tem distribuição mundial e sua expressão epidemiológica depende de diferentes fatores, como o agente infeccioso, a existência de aglomerados populacionais, características socioeconômicas dos grupos populacionais e do meio ambiente (clima). De modo geral, a sazonalidade da doença caracteriza-se pelo predomínio das meningites bacterianas no inverno e das meningites virais no verão.

 

O período de incubação da doença em geral, é de 2 a 10 dias, em média de 3 a 4 dias. Pode haver alguma variação em função do agente etiológico responsável. O período de transmissibilidade é variável, dependendo do agente infeccioso e da instituição do diagnóstico e tratamento precoces.

 

A infecção causada pela bactéria Neisseria meningitidis pode limitar-se à nasofaringe ou evoluir para septicemia ou meningite. Esta bactéria pode provocar meningite, meningococcemia e as duas formas clínicas associadas: meningite meningocócica com meningococcemia, a qual se denomina Doença Meningocócica.

 

 Sinais e Sintomas

 

É uma síndrome que se caracteriza por febre, cefaleia intensa, vômito e sinais de irritação meníngea, acompanhada de alterações do líquido cefalorraquidiano. As meningites virais apresentam quadros clínicos mais leves, evolução benigna e a maioria dos casos é causada pelos enterovírus. O principal modo de transmissão é fecal-oral, entretanto também pode ser transmitida por via respiratória. Seu comportamento habitual é a ocorrência de casos isolados, mas podem surgir surtos. 

 

A doença meningocócica se destaca das demais por apresentar evolução mais rápida, podendo surgir manchas na pele (petéquias e equimoses), que nos casos mais graves se disseminam por todo o corpo. A transmissão ocorre de pessoa a pessoa, através das vias respiratórias, por gotículas e secreções de nasofaringe, havendo necessidade de contato íntimo (residentes da mesma casa, pessoas que compartilham o mesmo dormitório ou alojamento, comunicantes de creche ou escola) ou contato direto com as secreções respiratórias do paciente.

 

Medidas de Prevenção e Controle

 

-As vacinas contra as meningites são específicas para determinados agentes etiológicos. Algumas fazem parte do calendário básico de vacinação da criança, outras, a vacinação é indicada apenas em situações para controle do surto e algumas vacinas são indicadas para grupos especiais. O diagnóstico e o tratamento precoces são fundamentais para evitar maiores complicações da doença. O hospital de referência para as meningites em Pernambuco é o Hospital Correia Picanço

 

-Apenas nos casos de doença meningocóccica ou meningite por Haemophilus influenzae está indicada a quimioprofilaxia do caso e dos contatos íntimos. O isolamento do paciente está indicado apenas durante as primeiras 24 horas do tratamento com o antibiótico adequado. É importante a vigilância dos contatos por um período mínimo de 10 dias, e diante da suspeita de meningite, a população deve procurar o serviço de saúde mais próximo de sua casa.

 

-As meningites de todas as etiologias são doenças de notificação compulsória e todos os casos suspeitos devem ser notificados às Secretarias Municipais e Estadual de Saúde. Diante de caso suspeito de meningite meningocócica, devido à possibilidade de transmissão e gravidade, a notificação é imediata. A Secretaria de Saúde do município de residência do paciente realiza a investigação epidemiológica e adota as medidas de prevenção e controle.