O que é: 
 
Doença infectocontagiosa, causada pelo poliovírus, conhecida como paralisia infantil, por ser mais frequente em crianças menores de 15 anos. Sua transmissão ocorre de pessoa a pessoa por via fecal-oral (a principal), através da contaminação fecal de água e alimentos, ou oral-oral, através de partículas de saliva expelidas ao falar, tossir ou espirrar. Devido à intensificação da vigilância epidemiológica da doença e elevadas coberturas vacinais (rotina e campanhas), Pernambuco teve o último caso da doença pelo vírus selvagem no ano de 1988. Em 1994, o Brasil recebeu o Certificado de Erradicação da Poliomielite. Desde então, a vigilância permanece atenta porque ainda há circulação do poliovírus selvagem em outros países e devido a sua elevada transmissibilidade, ele é facilmente exportado de um país para o outro permanecendo o risco de sua reintrodução
 
 
Diante da situação atual, o país monitora essa doença através da vigilância de todos os casos de Paralisia Flácida Aguda (PFA), que se entende como “todo caso de deficiência motora flácida, de início súbito, em pessoas menores de 15 anos, independente da hipótese diagnóstica de poliomielite, e em pessoas de qualquer idade, com história de viagem a países com circulação de poliovírus nos últimos 30 dias, que antecederam o início do déficit motor, ou contato no mesmo período com pessoas que viajaram para esses países, que apresentem suspeita diagnóstica de poliomielite”. Diante de qualquer caso suspeito, deve-se notificar imediatamente às Secretarias de Saúde Municipais e Estadual, ou núcleos de epidemiologia hospitalares, que deverão desencadear investigação em até 48 horas com coleta de amostra de fezes oportuna (até 14 dias do início do déficit motor) que será realizado a pesquisa do poliovírus.
 
Sinais e Sintomas

 

A infecção pelo poliovírus selvagem pode apresentar-se sob diferentes formas clínicas:

 
-Inaparente ou assintomática - Não há sintomas. Ocorre em 90 a 95% dos casos;
-Abortiva: Os sintomas são inespecíficos, tais como febre, cefaleia, tosse e coriza, e manifestações gastrointestinais, como vômito e dor abdominal. Ocorre em 5% dos casos;
-Meningite asséptica - Início com sintomas inespecíficos, evoluindo com sinais de irritação meníngea. Ocorre em cerca de 1% das infecções por poliovírus.
-Forma paralítica - 1 a 1,6% dos casos. O déficit motor instala-se subitamente, acompanhada de febre e, sua evolução, frequentemente não ultrapassa três dias. Acomete em geral os membros inferiores de forma assimétrica, com sinais e sintomas como flacidez muscular, diminuição ou abolição dos reflexos profundos no segmento atingido e sensibilidade preservada. Há persistência de alguma paralisia residual (sequela), após 60 dias do início da doença.
 

Medidas de Prevenção e Controle

 

Juntamente com uma vigilância epidemiológica efetiva das PFA, a vacinação constitui a principal medida para manter erradicada a circulação do poliovírus selvagem nas Américas.

Há dois tipos de vacinas: a vacina de vírus vivos atenuados para uso oral (VOP/Sabin), usada em campanhas e a vacina de vírus inativados (VIP/Salk), injetável, usada em rotina desde 2012.

O esquema vacinal preconizado consiste na administração de 3 doses, com intervalo de 60 dias (intervalo mínimo de 30 dias) a partir dos 2 meses de idade, sendo as duas primeiras (VIP/Salk) e a 3º dose oral (VOP/Sabin). As crianças menores de 5 anos devem receber reforço com a VOP durante as campanhas.